quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ambientalistas pedem urgência na descontaminação das casas da Urgeiriça 

A associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) anunciou que vai pedir à Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) e ao Ministério da Economia que avancem «urgentemente» com a descontaminação das casas da zona habitacional mineira da Urgeiriça.
Actualmente, estão em curso trabalhos de descontaminação de vários locais das zonas industrial e habitacional da Urgeiriça (Canas de Senhorim, Nelas), onde durante décadas esteve sediada a Empresa Nacional de Urânio (ENU).
Acompanhados por técnicos da EDM, membros da AZU visitaram os trabalhos no âmbito de uma empreitada orçada em cerca de 1,8 milhões de euros, que consiste sobretudo em decapagens de arruamentos, saneamentos e recomposições de terrenos, de modo a que fiquem com valores admissíveis de radioactividade.
«Vamos junto da EDM e do Ministério da Economia insistir que o projecto das casas não pode estar ainda em banho Maria, porque há pessoas que estão a viver com níveis [de radioactividade] que não são aceitáveis», disse aos jornalistas o presidente da AZU, António Minhoto.
Este responsável frisou que, se no passado se dizia que era só nas minas que havia níveis elevados de radioactividade, hoje reconhece-se que há muitas outras zonas afectadas, «toda a envolvência, inclusive um parque onde se jogava futebol, que foi construído com material radioactivo vindo das minas e, por isso, tem de ser todo decapado e construído de novo».
Também alguns arruamentos registaram níveis elevados de radioactividade, lembrando o também antigo funcionário da ENU que, «às vezes, esgotos das minas rebentavam e as lamas iam por aí abaixo e ficavam depositadas» constantemente durante os anos de exploração de urânio.
«Hoje constatamos que a AZU tinha toda a razão quando dizia que isto era grave para a saúde», sublinhou, contando que em lugares onde diariamente estavam os trabalhadores foram registados «valores de 15/20 mil choques», quando «o organismo aguenta entre 200 a 300».
António Minhoto congratulou-se por a zona onde estava sediada a ENU ir transformar-se num «espaço turístico, aproveitado para debates, visitas científicas» e que terá uma zona museológica.
«Entendemos que deve ser o mais rápido possível para que os moradores da Urgeiriça fiquem sossegados de uma vez por todas e vivam num lugar bonito, que já não tem problemas ambientais que lhes alterem a saúde», acrescentou.
Apelou aos responsáveis pelas empreitadas que estejam atentos aos funcionários, por se ter apercebido em dias ventosos que os terrenos intervencionados não foram regados de forma a evitar que poeiras com partículas radioactivas se espalhassem.
António Minhoto foi informado de que está em concurso uma nova empreitada destinada à requalificação da zona da Barragem Nova e da renaturalização da Ribeira da Pantanha, obras que devem começar em Novembro.
Na Urgeiriça foram já inauguradas as obras de requalificação da Barragem Velha, que serviu de depósito a resíduos resultantes da exploração do urânio e era considerada a maior fonte de contaminação radioactiva da localidade, e a área mineira dos Valinhos, onde foi criado um parque de lazer.
Os técnicos da EDM que acompanharam a visita escusaram-se a prestar declarações aos jornalistas.

Lusa/SOL


domingo, 28 de agosto de 2011

O Processo de Requalificação Ambiental das Minas de Urânio da Urgeiriça

A actividade, empenhamento e pressão junto das entidades competentes, que a AZU tem exercido na defesa da requalificação ambiental das Minas de Urânio abandonadas em Portugal, tem contribuído para a efectivação do  trabalho que tem sido efectuado  a esse nível. Estas imagens da Zona Industrial da Urgeiriça e da Área Mineira de Valinhos – Canas de Senhorim/ Nelas - são bem a prova de que a Luta vale a pena e o Ambiente agradece!
Continuamos alerta!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Câmara de Nelas garante que vai resolver problema de poluição na Ribeira da Pantanha

.A Câmara de Nelas vai construir uma estação elevatória para recolha de efluentes da zona industrial de Chão do Pisco que permite resolver o problema de poluição na Ribeira da Pantanha, garantiu esta terça-feira o vice-presidente da autarquia.

Naquela zona industrial situa-se a empresa sueca Borgstena, que produz estofos para automóveis e que "tem um problema com as suas águas residuais", explicou Manuel Marques à agência Lusa.
"Este assunto tem sido discutido com a Borgstena e, em conjunto, vamos resolver o problema construindo uma estação elevatória, com três quilómetros de colectores, para levar os efluentes até à segunda ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais)", situada entre Nelas e Carvalhal Redondo, referiu.
O responsável explicou que a ETAR será também sujeita a algumas obras, uma vez que há necessidade de as águas industriais "quando entram na lagoa já irem tratadas, para que os seus parâmetros se aproximem dos das águas domésticas".
As obras deverão começar em Setembro, acrescentou.
A associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU), que nos últimos anos denuncioua poluição na Ribeira da Pantanha, congratulou-se com a decisão da autarquia, considerando que "só peca pelo atraso de três anos".
Em Janeiro de 2008, o presidente da AZU, António Minhoto, denunciou que a Ribeira da Pantanha apresentava uma espuma branca e malcheirosa numa extensão de quatro quilómetros, entre a Barragem Velha da Urgeiriça e o Rio Mondego.
Na sequência desta denúncia, Manuel Marques disse que António Minhoto era "um terrorista político" que queria "destruir o concelho de Nelas", o que levou a AZU a apresentar uma queixa-crime por difamação (que resultou na absolvição do vereador).
Esta terça-feira, em comunicado, a AZU referiu que a decisão da autarquia mostra que as preocupações de António Minhoto, "em geral, eram justas, e que este atraso só prejudicou o meio ambiente, as populações envolventes, a fauna e a flora, tendo também causado danos à qualidade turística das Caldas da Felgueira", onde existem umas termas.
"Fica assim bem patente ainda que 'terrorismo político' e 'destruição do concelho' é atrasar medidas que defendam esse mesmo concelho", acrescentou.
Segundo a AZU, neste momento a poluição é mais visível na Barragem de Valinhos, zona onde a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) criou um parque de lazer, no âmbito do programa de recuperação ambiental das minas de urânio abandonadas.
A associação ambientalista sublinhou o empenho da Borgstena que, durante estes anos, tentou resolver o problema, nomeadamente mudando "a empresa responsável pelo tratamento dos resíduos por outra referenciada como das melhores deste ramo" e substituindo "filtros novos na zona do tratamento dos resíduos", entre outras medidas.
"Vimos, da parte da empresa, um grande empenho em alterar a situação, o qual infelizmente não teve os resultados esperados de eliminar totalmente a poluição", acrescentou.

Lusa 16/08/2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

PLANO DE ACTIVIDADE PARA O BIÉNIO 2011/2013

A AZU E A SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE
Próximo a fazer 10 anos de existência, tem tido a AZU um papel cada vez de   maior importância e  relevo em Portugal na defesa do Ambiente, em face do trabalho que tem vindo a desenvolver ao longo deste tempo.
A sua actividade tem-se pautado pela defesa da recuperação das Minas de Urânio abandonadas em Portugal, tendo por isso, contribuindo com o seu empenho para o trabalho que tem sido feito na recuperação de algumas minas.
No entanto, o seu papel tem-se vindo a alargar na defesa do ambiente, sendo como exemplo disso o trabalho feito em defesa da Ribeira da Pantanha, que tem sido alvo de forte contaminação por parte da Empresa Borgstena, situada na Zona Industrial do Pisco, no Concelho de Nelas, tendo-se realizado várias reuniões com os responsáveis da empresa em questão, no sentido de acabar com as descargas poluentes.
Participou também na defesa do Tejo com uma descida de barcos, promovido pelos elementos de Nisa da AZU em conjunto com outras organizações.
Em 2010 e já em 2011, realizaram-se reuniões com os Ministérios da Economia e Ambiente, com a finalidade de, junto destes, pressionar a conclusão da recuperação das restantes Minas Abandonadas, tendo sido reconhecido o papel da AZU como parceiro na resolução dos problemas ambientais.
No Encontro Ibérico, realizado em Mangualde, em 2009, e posterior a Assembleia Geral realizada em 2010, em Nelas, com a presença dos Ecologistas em Accion de Espanha, mostraram também o grande dinamismo da AZU e o empenho de em conjunto com outras organizações internacionais pôr o ambiente com factor importante para o desenvolvimento e para a qualidade de vida dos humanos.
Terminamos a nossa actividade do mandato em curso com uma grande participação contra as Centrais Nucleares em face das situações que estão acontecer no Japão, como comunicados é concentrações em conjunto com a Quercus e outras organizações, bem como de realçar a nossa participação na Manifestação da CGTP, do dia 19, participação essa que foi não só muito aplaudida como foi referenciada na imprensa.
Pode-se concluir que, o Plano de Actividades não só foi concluído com êxito, tendo a AZU maiores responsabilidades na sociedade Portuguesa, nomeadamente junto das restantes organizações ambientais Portuguesas e Estrangeiras.
MAS PARA MAIS RESPONSABILIDADES É PRECISO MELHOR ORGANIZAÇÃO
Assim, a fim de dar resposta a tais desafios que nos são colocados, o seu alargamento é fundamental, bem como a criação dos Núcleos Regionais e por conseguinte, a recolha de fundos financeiros sem os quais as nossas tarefas serão mais difíceis de cumprir.
PLANO A REALIZAR
1.O trabalho da recuperação das Minas Abandonadas de Urânio tem que continuar a ser a nossa prioridade e agora alargado à Luta contra o Nuclear, tendo como base a luta contra as Centrais Nucleares na fronteira de Espanha com Portugal.

Para o efeito propõe-se:
- Recuperação das Minas, fazendo debates da situação nos locais e envolvendo as Câmaras para que o Programa de 2013, data de conclusão da recuperação, seja cumprida;
- Realizar com as Organizações Portuguesas e Espanholas grandes debates sobre o Nuclear, nomeadamente no combate ao encerramento das Centrais Nucleares em Espanha, culminando com uma grande manifestação em Espanha (ver a hipótese do 2º Encontro Ibérico tratar deste assunto);

2. Realizar em Niza acções contra qualquer eventual abertura das Minas de Nisa (em conjunto com a Câmara de Nisa);
3. Água, a discutir oportunamente.
4. No âmbito da solidariedade que temos vindo a imprimir juntos dos ex-trabalhadores da ENU, deve-se avançar em conjunto com a ATMU (Associação dos ex-trabalhadores das Minas de Urânio) na luta que travam pelo direito às indemnizações aos familiares falecidos com cancro, com as seguintes acções:
Realização de um Seminário sobre o perigo e os efeitos da radioactividade, bem como uma exposição com materiais sobre o historial das Minas de Urânio e suas consequências na saúde, e ainda o lançamento do Livro da Vida e Luta dos ex-Mineiros.
5. Solicitar a adesão à Confederação de Associações de Ambiente e proceder aos registos oficiais da AZU
6.Finanças – A questão das finanças da AZU é uma questão que neste novo mandato tem que ser revista, isto porque toda a actividade desenvolvida tem sido suportada financeiramente pelos elementos da Direcção, o que nos dias de hoje, face ao agravamento da crise económica de que também os elementos da AZU são vítimas, torna mais difícil a nossa actividade.
Assim duas situações se colocam:
a)      O pagamento das cotas dos associados deve ser actualizados;
b)      Lançar junto dos amigos uma Campanha de Fundos pelo Ambiente.
Estas duas iniciativas são de grande importância, uma vez que, sem as quais, o Plano aqui mencionado fica seriamente condicionado.
7. Lançamento da página da Internet da AZU. Esta questão é da máxima relevância no sentido de servir como instrumento de informação/divulgação da nossa actividade.

Urgeiriça, 2 de Abril de 2011
A Direcção da AZU


O que é a AZU?

A AZU - Associação Ambiente em Zonas Uraníferas, é uma Associação Ambientalista, com 10 anos de existência, e que tem exercido um papel de relevo nesse âmbito.
A sua actividade iniciou-se pela defesa da recuperação das Minas de Urânio abandonadas em Portugal, tendo por isso, contribuído com o seu empenho para todo o trabalho efectuado na recuperação de algumas dessas minas.
No entanto, o seu papel tem-se vindo a alargar na defesa do ambiente de uma forma global.
A AZU é considerada como importante parceira na resolução de diferentes problemas ambientais. Tem mostrado o seu dinamismo , para em conjunto com outras organizações nacionais e internacionais, colocar o ambiente como factor de primordial importância para o desenvolvimento e qualidade de vida do ser humano.